imagem de três pessoas sentadas em volta de uma mesa conversando

Realizamos uma pesquisa no interior do estado de São Paulo com importantes empresas de segmentos variados buscando entender os principais impactos causados pela pandemia e quais foram as percepções e ações da área de Recursos Humanos frente a este cenário. Dentre os respondentes, na sua grande maioria, Diretores e Gerentes da área de Recursos Humanos dos segmentos Agro, Automotivo, Quimico/ Embalagens, Serviços e Tecnologia. Dentre as caracteristicas, 7% das empresa respondentes possuem um faturamento anual de até 100 milhões de reais, 40% possuem um faturamento entre 100 milhões e 500 milhões de reais, 24% possuem faturamento entre 500 milhões de reais até 1 bilhão e 27% acima de 1 bilhão de reais por ano.

Movimentação de Pessoal/ Investimentos:

Nosso primeiro objetivo de pesquisa foi entender quais os impactos causados frente contratação/ demissão de funcionários e expectativas de retomada de investimentos e contratações.

  • 38% dos entrevistados sentiram impacto moderado a forte no que a tange a demissão de pessoal. 68% no entanto sinalizaram não sentir este tipo de impacto, seguindo com algumas demissões que já estavam previstas bem como reestruturações planejadas pré-pandemia. Percebe-se que grande parte destas empresas que não sofreram impacto com desligamentos, utilizaram de outras ações como redução de jornada, lay-off, férias e afastamentos, conseguindo preservar grande parte dos postos de trabalho.
  • 30% dos respondentes sinalizaram que pretendem contratar para a área de Recursos Humanos a curto/ médio prazo, sendo 30% desta demanda para a área de Desenvolvimento Organizacional/R&S e 24% para posições generalistas.

 

Buscamos entender também como estão as perspectivas de retomada de investimento e contratações:

  • 35% dos entrevistaram disseram que continuam contratando, sendo estas contratações predominantemente dos mercados Agro (30%), Tecnologia (20%), Quimico/ Embalagens e Papel (16%) e Bens de Capital (11%).

 

Nas demais, 30% estão projetando melhoria e retomada ao longo de 2021, tendo como target o 1º semestre e 11% ainda sinalizaram que continuam sentindo fortemente o impacto e que não possuem visibilidade de uma retomada.

Implantação do Home Office:

Outra questão abordada pela pesquisa foi a utilização do home office nas empresas e como as mesmas irão se organizar no pós-pandemia. Dos respondentes, apenas 4% das empresas, mantiveram o trabalho presencial de todos os colaboradores durante a pandemia e 2% afastaram apenas os que eram considerados grupo de risco. As demais empresas mantiveram em trabalho presencial apenas o pessoal da fábrica, sendo as demais áreas como comercial e administrativo em Home Office.

Em um cenário pós covid, 18% das empresas ainda não possuem clareza ou definição de como será o novo modelo de trabalho a ser adotado e se encontramem fase de estudo e análise. Das demais empresas, 18% responderam que não irão adotar o home office como politica e que no pós pandemia o trabalho voltará a ser presencial integralmente. 53% das empresas responderam que irão disponibilizar de 1 a 3 dias da semana para home office e apenas 4% adotação o home office como pratica integral, não sendo necessária a presença do colaborador.

Inovação e RH Digital:

Frente a todas as mudanças que estamos enfrentando neste cenário de pandemia, buscamos identificar quanto as empresas estão investindo na área de Recursos Humanos com o objetivo de torná-lo mais digital. Do total de respondentes, apenas 11% disseram ter um RH Digital e que estão preparados para as transformações que estão ocorrendo no mercado de trabalho. 15% das empresas disseram não estarem preparadas para a Transformação Digital no RH, nem se encontram em fase de investimentos. 69% estão em fase de investimentos e se preparando para a Transformação Digital.

O novo RH:

Empresas foram afetadas no mundo todo pelos impactos da pandemia. As organizações precisaram se adaptar e se reinventar para sobreviver no mercado. Surgiu a preocupação de repensar nas necessidades de seus colaboradores ao mesmo tempo em que se gerencia as incertezas, oscilações de mercado e transformação digital. Neste contexto, o profissional de Recursos Humanos ganhou protagonismo exercendo um papel fundamental no gerenciamento da crise. Por este motivo, buscamos entender através do ponto de vistas dos Heads de Recursos Humanos, quais seriam as principais mudanças que a área precisaria enfrentar e quais as principais caracteristicas que os profissionais deveriam ter em um cenário pós COVID.

Além da Transformação Digital, muitos profissionais citaram a necessidade da área de Recursos Humanos se tornar ainda mais estratégica. Entender e se adaptar a velocidade com que o mundo se transforma se faz necessário e cada vez mais as ferramentas digitais serão fundamentais para que o RH possa atuar próximo ao negócio, gerando informações que suportem o business na tomada de decisão. Outro desafio que o RH continuará enfrentando no pós pandemia é de como liderar e engajar as equipes considerando principalmente o modelo de teletrabalho. Não somente pensar em projetos e programas “fora da caixa” de desenvolvimento de liderança, por exemplo, mas de buscar ferramentas digitais que comportem esta nova realidade de distanciamento.

Transformar o RH cada vez mais agil será necessário, a busca pela desburocratização, a adaptabilidade e flexibilidade da área de buscar novas alternativas será a grande tendencia. Muitas empresas também frisaram a importancia de alternativas flexiveis e novas modalidades de trabalho como jornada flexivel, home office. Alguns profissionais citam ainda a importancia de considerar trabalhos part time, por exemplo.

Para que tudo isso seja possivel, buscamos entender quais caracteristicas o profissional de RH deve ter para liderar este processo de transformação que precisa acontecer dentro da área. Dentre elas, a flexibilidade, visão estrategica, team player, hands on e inovação foram as mais citadas. A busca constante por novas habilidades, buscar fazer mais e melhor, otimização e melhora da produtividade também serão considerados um diferencial para o novo profissional de Recursos Humanos.

 

Ana Borges

Gerente de RH, TI e Finanças em Campinas